França e interesses no gás de Cabo Delgado aumentam conflitos e violações de direitos humanos em Moçambique
Em Julho de 2015, o
recém-eleito presidente moçambicano, Filipe Nyusi, fez sua primeira visita
diplomática fora da África, escolhendo a França como destino. O encontro com
Emmanuel Macron, então ministro da Economia, evitou temas sensíveis, como
suspeitas de corrupção em Moçambique, e se concentrou em conversas discretas
sobre negócios.
Entre 2010 e 2013,
foram descobertas grandes reservas de gás em Moçambique, colocando o país como
um potencial grande exportador de gás natural liquefeito. Prevê-se um investimento
de pelo menos 60 bilhões de dólares na exploração dessas reservas, situadas na
província de Cabo Delgado, no extremo norte do país.
A região, no entanto,
se tornou foco de conflitos devido ao aumento de ataques insurgentes,
coincidentes com a implementação de projectos de extracção de gás, exacerbando
tensões sociais, religiosas e políticas.
A França demonstrou
grande interesse na exploração dessas reservas, intensificando sua diplomacia económica
e cooperação militar com Moçambique. Um contrato naval controverso assinado em
2013, envolvido em um escândalo de corrupção, mergulhou Moçambique em uma crise
económica, tornando o país dependente das receitas de gás para pagar dívidas
ilícitas.
Com a presença de
corporações francesas como a Total, o conflito em Cabo Delgado só se agravou. A
militarização da região e a entrada de empresas de segurança privada
exacerbaram as tensões e violações de direitos humanos.
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A França, em vez de ajudar a resolver as causas do conflito, contribuiu para o agravamento da situação, apoiando a militarização e garantindo interesses económicos, mesmo diante de acusações de envolvimento em práticas corruptas. Este texto foi baseado em um vídeo do canal do YouTube "Moz Na Diáspora." CliqueAqui para ver mais…